O controle biológico das cigarrinhas pelo fungo Metarhizium anisopliae

Os esporos germinados penetram no interior do inseto provocando a sua morte.

Com a chegada das chuvas após longo período de seca, surge o aparecimento das cigarrinhas das pastagens entre elas a Zulia entreriana e Deois flavopicta, e da cana, como a da raiz, Mahanarva fimbriolata, entre outras.

As cigarrinhas são insetos sugadores e durante o período da seca permanecem na fase de ovo. Os ovos estão em diapausa (dormência) e dão origem às ninfas (formas jovens das cigarrinhas) no início do período chuvoso combinado com temperaturas mais elevadas. 

As ninfas, localizadas na base das plantas, secretam uma massa de espuma que serve como proteção às condições ambientais. Os danos são causados pelas cigarrinhas na fase de ninfas e na fase adulta, pois se alimentam e injetam dois tipos de substâncias: as que coagulam no interior dos tecidos da folha, desorganizando o transporte da seiva e as solúveis que se translocam nas folhas em direção ao ápice das plantas, provocando amarelecimento e posterior morte dos tecidos. Essa combinação reduz a produção de matéria verde e seca, além da qualidade nutricional. 

O ciclo biológico das cigarrinhas das pastagens varia conforme a espécie. O ciclo da Zulia entreriana é de aproximadamente 60 dias. Após 22 dias da postura, no chão ou em restos vegetais, eclodem as ninfas (forma jovem). O acasalamento ocorre cerca de 3 dias após a emergência, sendo que de 2 a 5 dias depois são colocados os ovos. A postura em média é de 100 ovos por fêmea. O período de incubação pode ser prolongado por até 200 dias. Devido à falta de umidade e baixa temperatura do solo, os ovos entram em diapausa (dormência).  

Os picos populacionais das cigarrinhas variam de região para região. Em São Paulo ocorrem em fevereiro e março. Os ovos em diapausa iniciam sua eclosão nas primeiras chuvas de outubro. Mas no Brasil Central a eclosão pode ocorrer em setembro e como consequência, as ninfas eclodem e dão os primeiros adultos em novembro e que até março, possibilitando 3 gerações.  

A utilização de bioinseticidas microbiológicos formulado a partir do fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae tem sido uma excelente opção no controle destas pragas. Este fungo infecta ninfas e adultos, por meio da germinação dos seus esporos sobre o exoesqueleto do inseto, neste caso a cigarrinha. Os esporos germinados penetram no interior do inseto provocando a sua morte.  

Um outro importante benefício do uso de Metarhizium anisopliae está no seu efeito residual. O inseto infectado e morto pela ação do fungo se transforma em um meio de cultura, aumentando a população do fungo, auxiliando no controle das gerações advindas de ninfas e ovos existentes na área.

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