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Ciclagem de nutrientes_ como ocorre na agricultura

Parte dos nutrientes do solo podem ser oriundos da decomposição das plantas utilizadas no plano de rotação de culturas em sistema plantio direto (SPD), como parte do processo de ciclagem de nutrientes.

A eficiência de uso de nutrientes em sistemas de produção agrícola leva em consideração dois principais fatores: eficiência de absorção e eficiência de utilização dos nutrientes pelas culturas. No entanto, esses fatores podem ser influenciados e relacionados com o suprimento de nutrientes pelo solo e/ou por fertilizantes.

Parte dos nutrientes do solo podem ser oriundos da decomposição das plantas utilizadas no plano de rotação de culturas em sistema plantio direto (SPD), como parte do processo de ciclagem de nutrientes.

Fatores que influenciam a ciclagem de nutrientes

Muitos fatores influenciam a ciclagem de nutrientes em SPD, como:

  • Composição da palhada;
  • Relação carbono/nitrogênio (C/N) da cultura em decomposição;
  • Capacidade de absorção e acúmulo de nutrientes pelas culturas;
  • Rendimento de massa seca das culturas;
  • Manejo da fitomassa das culturas;
  • Concentrações de macro e micronutrientes no solo;
  • Valor de pH do solo;
  • Condições climáticas.

A ciclagem de nutrientes também depende da dinâmica de liberação dos nutrientes no solo, os quais variam entre gramíneas e leguminosas, devido a relação C/N. Em geral, gramíneas apresentam menor taxa de liberação de nutrientes no solo e as leguminosas se mostram ao contrário. Além disso, é válido ressaltar que a liberação de nutrientes no solo de maneira gradativa para a cultura subsequente é a mais conveniente.

Ciclagem de nitrogênio (N)

A mineralização do N orgânico pode ser favorecida com o aporte de matéria orgânica do solo (MOS). Além disso, a presença de leguminosas na rotação/sucessão de culturas é importante para manter os níveis de N orgânico no solo.

Estima-se que nesse contexto, pode haver de 20-30% de economia de fertilizantes nitrogenados. Por exemplo, ao utilizar espécies leguminosas, como ervilha forrageira, nabo forrageiro e/ou ervilhaca comum, podem liberar em torno de 105 e 111 kg ha-1 de N após 42 e 100 dias do manejo da fitomassa, respectivamente (Viola et al., 2013).

Ciclagem de fósforo (P)

Nos trópicos a disponibilidade de P é de grande importância e o acúmulo de formas orgânicas podem variar, sendo maior em solos argilosos com maior conteúdo de C e menor valor de pH e em regiões com temperaturas amenas.

A taxa de liberação de P por uma cultura de cobertura (inverno) é maior no final do ciclo da cultura de verão. E por isso, é recomendável a aplicação de P na fertilização de base.

Ciclagem de potássio (K)

O K não possui função estrutural no metabolismo vegetal e permanece na forma iônica (K+), e portanto, pode ser liberado no solo após a senescência das plantas, em especial as plantas de cobertura e/ou pastagem, em curto prazo em SPD.

A taxa de liberação de K pela cultura de inverno é mais rápida e pode ser elevada durante todo o ciclo da cultura de verão. Esse fato permite economizar até cerca de 40% da adubação potássica.

Portanto, a ciclagem de nutrientes, como N, P e K no solo variam entre espécies de gramíneas e leguminosas, geralmente cultivadas no inverno, favorecendo a nutrição mineral da cultura de verão e aumentando o retorno econômico (rendimento de grãos).

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